Agora estou sozinho
E percebo que ao cair a noite
As primeiras gotas do orvalho da madrugada
São na verdade minhas próprias lágrimas
Busco lembranças como quem busca
Agarrar-se a um último sopro de esperança
Mas sempre acabo me dando conta
De que a solidão é minha melhor companheira
Minha confidente
Aquela que escuta meus lamentos
Com o silêncio tétrico
Da dama da eternidade
Só queria que por hoje
O céu não fosse azul
A água não fosse molhada
Os pássaros não cantassem
Mas não quero perder minha amada
Pois sei que é ela quem me completa
É por ela que vivo
Que faço… que sou…
É ela quem dá vida as coisas
Agora quero estar longe
Longe da mente e perto do seu coração
Saber que o que há ai dentro
É real, é vivo e pulsa
Como só um amor verdadeiro é capaz de fazer…





